O atual cenário econômico do país aponta para mais altas na taxa de juros e uma inflação resistente que não deve ficar abaixo dos 7%, desafiando os empresários a equilibrarem receita de despesa para evitar perdas na margem de lucro.
O chefe da Divisão de Economia e Inovação (Dein) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Guilherme Mercês – um reconhecido mestre e coautor de livros sobre a economia brasileira – fez uma apresentação para a Fecomércio do Rio Grande do Sul sobre as estratégias para os empresários dos setores de comércio, bens e turismo conseguirem driblar as dificuldades de caixa.
A primeira que ele listou foi a antecipação e renegociação das dívidas, especialmente aquelas com taxas pós-fixadas, além da atenção especial para o planejamento tributário. “Grande parte das empresas paga mais impostos do que poderia. Rever a estratégia tributária é sempre pertinente, e acho que é um caminho que todas as empresas deveriam seguir neste momento difícil”, afirmou.
Para os empresários que estão endividados, de acordo com ele, no momento é imprescindível que as dívidas sejam antecipadas e renegociadas, principalmente aquelas com taxas de juros pós-fixadas, que são ainda mais impactadas com a taxa de juros que está muito alta e que tende a subir mais ainda.
A inflação é outro ponto que merece muita atenção para as empresas. “Quando o preço dos insumos está em alta, o grande desafio das empresas é crescer mais do que a inflação, ou seja, manter o crescimento real da receita. Para isso, os empresários têm de estar muito atentos aos reajustes de fornecedores e de mão de obra”, aconselhou.
E como conseguir um aumento real da receita? Para o economista a palavra-chave é inovação: Mercês destaca o uso de inteligência artificial e big data no entendimento das necessidades dos clientes; a adoção do digital no desenvolvimento de novos canais de venda; a otimização da cadeia de logística, por meio do uso de Internet das Coisas (IoT) e tecnologia 5G, além da bancarização do varejo.
Esse último é um processo para o qual as instituições financeiras já estão iniciando a preparação. Daqui um tempo, avalia Mercês, o varejo deverá a agregar ferramentas e serviços financeiros e de crédito às suas vendas na ponta.
“Acho que o grande desafio das empresas é lidar com uma conjuntura difícil, desafiadora e pensar em um planejamento de médio e longo prazos, adequado a esse novo mundo de consumo e tecnológico que está à frente”, declarou o chefe da Dein, sinalizando que a CNC terá um papel fundamental nesse planejamento junto às federações e sindicatos do Sistema Comércio.
Fonte: Assessoria do Sindilojas Arapiraca com informações da Fecomércio RS